Também chamado de epô pupá, pelos iorubás, ou de mazi, pelo
povo bantu, é um óleo de cor vermelho-amarronzada, extraído por prensagem do
fruto do dendezeiro.
É muito utilizado pra os orixás denominados “quentes e
aguerridos”, que participam ativamente da casa de candomblé em quase todos os
momentos, a começar por Exu e Ogum. O seu uso, contudo, não é exclusivo destes
dois orixás. Também ao ser humano é dado o privilégio de saboreá-lo, como
ingrediente principal ou como coadjuvante em variados tipos de comida.
Possuidor de um aroma exótico e forte, tem a relevante
função de ser propulsor de energia, do dinamismo e da vitalidade da cor
vermelha, representando o movimento. Mas também produz a calmaria e o
apaziguamento ao ser oferecido àqueles orixás que se caracterizam pelo aspecto
turbulento e aguerrido, como Ogum e Exu. Neste aspecto, o azeite-de-dendê serve
como um símbolo que distingue os orixás, agindo como um divisor dentro da
religião e do sistema simbólico dos orixás. De um lado, estão os denominados “orixás
do dendê” e, do outro , os chamados “orixás funfuns”, que não aceitam o
azeite-de-dendê. Porém, dentro deste panteão existem alguns orixás que aceitam
pequenas porções do azeite-de-dendê, produzindo assim um contrabalanço entre a
placidez e a sua personalidade dinâmica e enérgica.
Dentro de uma casa de candomblé, além do uso na culinária, o
dendê tem várias outras utilidades porque participa também da confecção de
sabão e de velas; reforça alguns assentamentos; lubrifica ferramentas de certos
orixás; amacia o couro dos atabaques etc.
O consumo do azeite-de-dendê reforça sempre as raízes
africanas em nossas vidas, e nos permite ver essa cultura advinda de outros
povos reinterpretada em nosso dia-a-dia, trazida de além-mar e nos oferecendo
seu cheiro, seu sabor e todo seu encantamento mágico-sagrado.
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