Simbolicamente, o médium deve se considerar uma
ferramenta usada pelo Divino em favor do Outro, da Comunhão e da Paz, um
instrumento que deve e merece “reparos periódicos” para que
não se perca a qualidade do trabalho manifestado, para que as engrenagens não
enferrujem, para que as juntas não atrofiem, para que a maleabilidade não
resseque e para que o molejo não se enrijeça.
Envolto em toda essa grandiosidade, um dos rituais
mais potentes quando pensamos em “reparos periódicos”, é o que chamamos
de AMACI.
AMACI vem da palavra ‘amaciar’, ‘tornar receptivo’,
é um ritual, uma espécie de iniciação que todos os médiuns umbandistas,
iniciantes ou não, devem, pelo menos uma vez ao ano, passar.
É um liquido preparado com folhas e águas sagradas
escorado por alguns fundamentos específicos da Umbanda e que tem como objetivo
a lavagem da cabeça/coroa do médium.
Nesse contexto, o Amaci ‘despertar’ as faculdades
nobres do médium que ainda estão adormecidas, descarrega e apazigua o chacra
coronário (centro de recepção espiritual Superior) e ainda liga/religa o médium
ao Orixá, fazendo com que ele tenha a Sua vibração e energia interiorizada em
seu espírito, mente e coração.
Receber o Amaci é entrar em contato direto com o Poder
do Orixá, é um momento de grande emoção e que deve estar enredado pela
reverência, amor, devoção, lealdade e comprometimento para com o Orixá, a
Umbanda e o Plano Espiritual.
É o
momento em que o médium se coloca diante do Sagrado como ‘Filho de Orixá’, que
abaixa sua cabeça em respeito e em saber à Superioridade Divina.
É um ritual fundamental para uma verdadeira e segura caminhada espiritual dentro dos fundamentos da Umbanda. É um cerimonial único e divino que quando bem orientado e bem realizado, o médium perceberá as mudanças que acontecerão em sua vida espiritual, consequentemente em toda sua vida.
Reconheçamos, esse ritual é mais uma benesse para
o médium que qualquer outra coisa. É uma firmeza espiritual que ainda permite o
médium, caso deseje ou seja necessário, mudar de terreiro sem qualquer dano.
Portanto, não é e não propicia fechamento de portas, pelo contrário, abre nossa
mente, nossos sentidos, nosso espirito e nossa alma para que a Aruanda se
instale dentro de nós e que construa um futuro de Paz, Alegria, Bondade, Crença
e muito Axé.
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